Enquanto o Bravo não vem, a Fiat se defende com a nova versão Blackmotion do Stilo, feita com base na Sporting e com preço sugerido de R$ 65.900. As máquinas para a fabricação do novo modelo médio da marca italiana já chegaram em Betim (MG) para o lançamento no ano que vem, ou seja, depois do que foi previsto antes de explodir a crise econômica global. Por isso, resolveram dar um novo apelo visual ao Stilo, pintando o carro com cores escuras. Num país em que vemos nos congestionamentos uma imensidão de preto com prateado, até que faz sentido. Na receita dessa nova versão incluíram ainda uma porção de itens de série e pronto: o modelo lançado em setembro de 2002 ganha fôlego para mais alguns meses no mercado. Segundo os números de vendas da Fenabrave (Federação dos Fabricantes de Veículos), o Stilo ocupa o sexto lugar no ranking de vendas do segmento com tendência de baixa.

Mesmo assim, percebi algumas pessoas entortando seus pescoços na rua por causa do carro. Esse aspecto misterioso parece que agrada. Além do mais, trata-se da versão com a menor participação no mix de produção, o que a torna difícil de ser vista por aí. De qualquer forma, mesmo com o peso dos sete anos no mercado, o Stilo tem suas qualidades. E o nível de equipamentos é o que mais chama a atenção. Começando pelos exclusivos, há frisos da grade, das portas e ta tampa traseira na cor Cinza Dark Shadow, a mesma usada na pintura das rodas de aro 17 montadas em pneus 215/50R. Por dentro, além da plaqueta com a inscrição “Blackmotion” na tampa do porta-luvas superior e que também aparece nos tapetes, nos encostos dos bancos dianteiros e nas soleiras das portas, não há novidades.

Como fazia um tempo que não andava em um Stilo, foi bom relembrar a sensação de dirigir com o teto panorâmico aberto, que faz parte dos equipamentos de série. Outra boa lembrança foi a do sistema de som de alta-fidelidade com subwoofer no porta-malas. O ar-condicionado digital é um dos melhores que temos no mercado e a direção com assistência elétrica relembra a forte concorrência do modelo da Fiat com o Astra, que chegou a ser equipado com esse item de conforto. Pena que o câmbio automatizado Dualogic anima apenas na hora de fazer reduções pelas pequenas hastes atrás do volante. Antes de curvas de esquina, o sistema funciona perfeitamente e ainda presenteia os ocupantes com um ronco afinado do motor 1.8 flex de 114 cavalos trabalhando.

O problema que ainda não foi resolvido pela Fiat é a questão dos trancos entre as trocas de marchas. No modo automático, cansa ficar com a cabeça indo para frente e para trás nos intervalos das trocas. Além disso, essa caixa automatizada não é das mais fáceis de serem manuseadas. É um tal de posicionar a alavanca para a esquerda, voltar para a direita e dar mais toque para a esquerda para aparecer o aviso minúsculo “Auto” no painel que aumentam as chances de fazer confusão. Por isso, se for deixar o carro com manobristas, vale uma breve aula sobre o funcionamento do câmbio para evitar dores de cabeça. De resto, o carro ainda agrada, com respostas ágeis desde as primeiras marcações do contagiros. São 18,5 kgfm de torque a 2.800 rpm, o que ajuda nas ultrapassagens e retomadas.

Como vem com freios ABS, além de air bags frontais e laterais, dirigir o Blackmotion transmite segurança. Mas não espere um desempenho de esportivo. O carro tem fôlego apenas para não fazer feio no trânsito do dia-a-dia. Segundo a Fiat, o Blackmotion acelera de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos e atinge 190 km/h, sempre com álcool puro no tanque. Nas curvas, os pneus de perfil baixo contribuem com a estabilidade e a boa empunhadura do volante de três raios ajuda a manter o carro sob controle. Revestido de couro preto (como não poderia deixar de ser) os bancos são confortáveis e contam com bons apoios laterais para segurar o corpo no vai e vem de trechos sinuosos, apesar do carro não ter uma clara vocação esportiva.

Fonte:  Auto Esporte