Dólar baixo faz com que 25% dos veículos vendidos no país sejam importados


07 de junho de 2011|Sem Comentários

Caminhão cegonha transportando ferraris, lamborghinis ??? Calma, estamos evoluindo, mas nem tanto assim.

O dólar baixo e a entrada de novo players no mercado automotivo tem trazido uma tendência não muito favorável a indústria nacional, apesar de a princípio as notícias terem um caráter positivo.

Entre janeiro e maio deste ano a produção de veículos cresceu 3,7% na comparação com o mesmo período de 2010, para 1,40 milhão de unidades. Enquanto isso, as vendas avançaram 8,8% entre o primeiro e o quinto mês de 2011, para 1,43 milhão de veículos.

Os dados, divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), evidenciam que boa parte do crescimento do mercado interno este ano foi abocanhado por veículos produzidos fora do Brasil. Os importados corresponderam a quase um quarto das vendas de maio, com 23,5% de market share.

A participação estrangeira no mercado nacional já saltou de 15,6% em 2009 para 18,8% no ano passado. No acumulado de 2011, a presença dos importados foi de 22,4% nas vendas totais.

Balança comercial

“O principal problema do avanço das importações é que não estamos exportando na mesma proporção”, diz Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, sempre que apresenta o acompanhamento das exportações e importações na coletiva de imprensa mensal da entidade. No mês passado, enquanto 74.855 veículos importados foram emplacados no Brasil, o País exportou apenas 44.882 unidades, uma queda de 7,8% sobre abril e de 5,2% no reajuste anual.

No acumulado do ano as vendas externas apresentaram crescimento de 5,7% para um total de 213.088 unidades. Apesar do número positivo, o volume fica bem atrás das importações, que chegaram a 320.966 veículos.

A distância entre importações e exportações está maior este ano. Em 2009 o saldo da balança comercial do setor ficou negativo em 44,1 mil unidades. O volume foi para 34,7 mil unidades em 2009 e já chega a 107,6 mil unidades este ano.

Medidas macroprudenciais

Além do dólar desvalorizado e da atratividade do mercado brasileiro, há outro fator que colabora para o avanço acelerado dos modelos importados: a estratégia das montadoras. As fabricantes de veículos concentraram a produção de modelos de entrada no Brasil enquanto trazem de fora os carros com maior valor agregado.

Os automóveis com motorização até 1000 cc correspondem, tradicionalmente, a pouco mais de 50% das vendas. Esta relação se inverteu a partir de dezembro do ano passado, quando o governo impôs medidas de restrição ao crédito. Desde então os carros com motor acima de 1000 cc são a maioria dos emplacamentos, com cerca de 54% das vendas. A política econômica contracionista acabou resultando em mais um motivo para a demanda por importados crescer.

Mesmo neste cenário, a Anfavea afirma que ainda não é necessário revisar as expectativas. “Quando traçamos as perspectivas do mercado para este ano já projetamos o impacto das medidas do governo”, explica Belini. A entidade espera vendas de 3,69 milhões de unidades, com expansão de 5% sobre 2010. Já a produção deve avançar apenas 1%, para 3,42 milhão de veículos.

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