YAMAHA XVS 950 MIDNIGHT STAR X HONDA SHADOW 750


15 de julho de 2009|6 Comentários

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A liderança da Honda Shadow 750 no mercado de custom de alta cilindrada – em 2008 foram emplacadas 2.508 unidades – tem agora uma ameaça de peso: a novíssima Yamaha XVS 950 Midnight Star, lançada em maio no Brasil. Além da áurea de novidade mundial, a Midnight Star tem no design mais atraente e no motor maior e mais potente os grandes atributos para entrar nessa disputa. Porém, cobra no preço, já que a nova custom da Yamaha custa a partir de R$ 34.600 (R$ 34.900 a cor vermelha), enquanto a veterana Honda Shadow sai por R$ 30.000.

Para descobrir se vale a pena pagar 15% a mais pela nova Yamaha rodamos com essas duas motos custom em seu habitat natural: a estrada. Para fazermos uma análise fria escolhemos como destino a gelada cidade de Campos do Jordão, no interior de São Paulo. O caminho também era ideal para os modelos custom, afinal percorremos 240 km pelo bom asfalto das Rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto e outros 80 km pelas estradas sinuosas que levam ao famoso destino paulista das férias de inverno.

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Design e praticidade

As diferenças começam já no design de cada modelo. A Honda aposta em um visual clássico, com grandes pára-lamas, lanterna “capelinha” e rodas raiadas na Shadow. Tão clássico que deixa a custom de 750cc com ar de moto antiga. Já a Yamaha buscou inspiração nos carros da década de 30, conferindo à Midnight um ar mais esportivo denunciado pelas rodas de liga-leve, o farol pintado na cor da moto e a única saída de escape. Aí pesa também a idade de cada projeto: a Yamaha lançou a XVS 950 mundialmente nos salões de moto de 2008; a Shadow é bem mais antiga e, no ano passado, ganhou poucas mudanças estéticas e a injeção eletrônica para atender à nova lei brasileira de emissão de poluentes.

Depois de analisarmos o desenho dos modelos, era hora de arrumar nossa pequena bagagem e pegar a estrada. Neste início, ponto para a Shadow que traz pequenas cavidades no friso traseiro para facilitar a amarração da mala. Na Midnight, há apenas dois ganchos na pedaleira da garupa.

Analisando o painel, porém, vantagem para a Yamaha. Em ambas as motos ficam sobre o tanque. Mas na Midnight há velocímetro e luzes espia integradas, além de uma pequena tela de LCD, com regulagem de brilho, que traz um hodômetro total, dois parciais, fuel trip e relógio. Um detalhe importante é que as funções podem ser acionadas por um interruptor no punho esquerdo, evitando que se tire a mão do guidão.

Já a custom da Honda só traz hodômetros digitais e as luzes espias ficam sob a mesa do guidão – debaixo do sol na estrada era difícil saber se estavam acesas ou apagadas. Agora um ponto negativo para as duas motos custom: nenhuma tem marcador de combustível. A Shadow tem uma luz de reserva e a Midnight, um fuel trip que conta os quilômetros rodados na reserva. A Midnight continua na frente se compararmos os punhos. Além de mais bem acabados, são completos. A Shadow não tem nem lampejador de farol.

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Conforto e autonomia

Tratando-se de duas motos custom, ou estradeiras, como alguns preferem, conforto e autonomia são quesitos fundamentais no comparativo entre Yamaha Midnight Star e Honda Shadow.

No quesito autonomia, o modelo Honda sai atrás. Seu tanque tem capacidade para apenas 14 litros – menos que na Honda CG 150, onde cabem 16 litros. Já o tanque da custom Yamaha comporta 17 litros. Na teoria, pode-se ir mais longe com a Midnight Star.

Durante a viagem o consumo de ambas foi bastante similar, com leve vantagem para a Shadow. A primeira média obtida foi de 20,75 km/litro com a Honda e 19,76 km/l no modelo Yamaha. Na segunda parte, rodando a 110 km/h constantes, apesar de maior, o motor da Midnight rodou 25 km/litro e o da Shadow, 23,3 km/l. Na última medição, rodando em condições normais e levando-se em conta a subida da serra até Campos, a Shadow foi novamente mais econômica com média de 21,5 km/l. No mesmo trecho, a Midnight  rodou 20,5 km/l.

Fazendo uma média dos consumos, a Shadow roda 21,85 km com um litro de combustível. Com seu tanque de 14 litros, pode-se percorrer 305 km sem abastecer a custom da Honda. Apesar de consumir um pouco mais (21,75 km/l), a Yamaha com 17 litros pode rodar mais – 369 km – sem parar no posto.
Já no quesito conforto a comparação é mais subjetiva que os números de consumo.

Os dois modelos têm bancos largos, pedaleiras avançadas e uma posição de pilotagem relaxada, bem ao estilo custom. Na Shadow, porém, o piloto fica mais “sentado”, com as pernas mais flexionadas. Apesar de mais leve (247 kg a seco) tem-se a impressão que a Honda é mais pesada nas mudanças de direção. Uma das razões para isso pode ser o guidão mais aberto e curvado para baixo. A Midnight pesa 261 kg, mas oferece uma excelente posição de pilotagem na estrada e demonstra facilidade nas mudanças de direção.

Desempenho e ciclística

Os dois motores compartilham a mesma arquitetura: dois cilindros em “V”, mas inclinados a 60° na custom Yamaha e a 52° na Honda. Têm comandos simples no cabeçote (OHC), mas quatro válvulas na Yamaha e apenas três na Honda. A vantagem aqui vai para a Honda que tem refrigeração líquida, enquanto a Yamaha usa o sistema a ar. Alimentados por injeção eletrônica, têm capacidade cúbicas bem distintas: 952 cm³ na Midnight e 745 cm³ na Shadow.

Os 200 cm³ a mais de capacidade resultam em quase 10 cavalos a mais na potência máxima da nova Yamaha, que produz 53,6 cv a 6.500 rpm, contra 45,5 cv a 5500 rpm na veterana Honda. Mas é o torque máximo de 7,83 kgf.m já nas 3.000 rotações que fazem o piloto sentir mais “força” na nova Midnight. A Shadow 750, além de ter menos torque, os 6,5 kgf.m aparecem só nas 3.500 rpm. Com isso comparando as duas na estrada, a Midnight tem melhor retomada e aceleração.

Outro ponto positivo da custom Yamaha é a ciclística mais estável. Além da distância entre-eixos maior – 1.685 mm contra 1.639 mm -, a Midnight Star tem suspensões mais firmes – garfo telescópico na dianteira e balança monoamortecida atrás. Nas curvas, passa mais segurança que o bichoque na traseira da Shadow que parece dançar nas curvas mais fortes.
Pesa ainda a favor da Midnght Star seus freios, pois tem discos na dianteira e na traseira que, diga-se de passagem, funciona muito bem. Como nas motos custom há muito peso atrás, o freio a tambor na roda traseira da Shadow não para a moto com tanta eficácia.

Conclusão

Depois de rodar mais de 300 km com a Honda Shadow 750, líder de vendas no segmento custom, e a nova Yamaha XVS 950 Midnight Star e enfrentar os 14° C que fazem o charme da estância climática de Campos do Jordão nesta época do ano, fica fácil analisar friamente os dois modelos. Pode-se concluir que os 15% a mais cobrados pela nova Yamaha se justificam.

FICHAS TÉCNICAS:

YAMAHA XVS 950 MIDNIGHT STAR
MOTOR:
OHC, dois cilindros em “V”, a 60º refrigerado a ar
POTÊNCIA MÁXIMA: 53,6 cv a 6.000 rpm
TORQUE MÁXIMO: 7,83 Kgf.m a 3.000 rpm
DIÂMETRO X CURSO: 85 mm x 83 mm
CAPACIDADE CÚBICA: 942 cm³
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO: Injeção Eletrônica de Combustível
TAXA DE COMPRESSÃO: 9.0:1
SISTEMA DE PARTIDA: Elétrica
CÂMBIO: Cinco velocidades
TRANSMISSÃO FINAL: Correia dentada
CAPACIDADE DO TANQUE: 17 litros
CHASSI: Berço duplo de aço
SUSPENSÃO DIANTEIRA: Garfo Telescópico, com 41 mm de diâmetro e 135 mm de curso
SUSPENSÃO TRASEIRA: Monoamortecedor com 110 mm de curso
FREIO DIANTEIRO: Disco simples de 320 mm
FREIO TRASEIRO: Disco simples de 298 mm
PNEU DIANTEIRO: 130/70 x 18 M/C 63H
PNEU TRASEIRO: 170/70B x 16 M/C 75H
DIMENSÕES (C X L X A): 2435 mmX1.000 mmX1.080 mm
DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS: 1685 mm
ALTURA DO ASSENTO: 675 mm
ALTURA DO SOLO: 145 mm
PESO SECO: 261 Kg
CORES: Preta e Vermelha com gráficos estilizados
PREÇO: R$ 34.600,00 (preta) e R$ 34.900,00 (vermelha)

HONDA SHADOW 750
MOTOR: OHC, dois cilindros em “V” a 52° e arrefecimento a líquido
POTÊNCIA MÁXIMA: 45,5 cv a 5.500 rpm
TORQUE MÁXIMO: 6,5 kgf.m a 3.500 rpm
DIÂMETRO X CURSO: 79,0 x 76,0 mm
CAPACIDADE CÚBICA: 745 cm³
ALIMENTAÇÃO: Injeção Eletrônica de Combustível
TAXA DE COMPRESSÃO: 9,6:1
SISTEMA DE PARTIDA: Elétrica
CÂMBIO: Cinco velocidades
TRANSMISSÃO FINAL: Eixo-cardã
CAPACIDADE DO TANQUE: 14,4 litros
CHASSI: Berço duplo de aço
SUSPENSÃO DIANTEIRA: Garfo telescópico (140 mm)
SUSPENSÃO TRASEIRA: Duploamortecida (90 mm)
FREIO DIANTEIRO: A disco, com 296 mm de diâmetros e cáliper de pistão duplo
FREIO TRASEIRO: A tambor, com 180 mm de diâmetro
PNEU DIANTEIRO: 120/90 – 17 M/C 64S
PNEU TRASEIRO: 160/80 – 15 M/C 74S
ALTURA DO ASSENTO: 660 mm
ALTURA MÍNIMA DO SOLO: 130 mm
CHASSI: Berço duplo de aço
DIMENSÕES (C X L X A): 2.503 x 920 x 1.125
ENTRE-EIXOS: 1.639 mm
PESO SECO: 247 kg
CORES: Preta, Azul metálica e cinza metálica
PREÇO: R$ 29.980,00

Fotos: Gustavo Epifanio

Fonte: Agência Infomoto

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