CB 1300 Super Four 2009 com freios ABS

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17 de fevereiro de 2009|7 Comentários

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Como se fosse hoje, lembro-me da primeira moto que pilotei. Uma Honda CB 400 prata, ano 1982. A CB era de um colega que não se preocupou com minha total inexperiência.

Ele me fez uma pergunta e depois me deu algumas orientações básicas: “Você sabe andar de bicicleta?” Como a resposta foi positiva, então vieram as dicas: “aperta a embreagem, engata a primeira, solta devagarzinho a embreagem e vai acelerando. Depois, é só ir trocando a marcha. Primeira para baixo e resto para cima”.

Com esta rápida aula teórica, fui lá eu dar umas voltinhas com a CB 400. Depois de alguns minutos já estava acostumado com a máquina que, diga-se, era muito fácil de pilotar. Foi a minha primeira emoção sobre duas rodas.

Quem tem menos de 30 anos, a sigla “CB” significa Citzen Band ou “faixa do cidadão”, numa alusão à sua versatilidade. Já que a motocicleta rodava com bastante desenvoltura tanto na cidade, como também da estrada. Além do mais, na época a CB era uma das poucas opções nacionais de motos de média cilindrada.

Uma releitura de um clássico da década de 1970, a CB 1300 Super Four me trouxe boas recordações. Saudosismo à parte, a big naked da Honda é muito confortável, tem um motor de alto desempenho e está recheada de siglas: H.I.S.S. (sistema antifurto) e PGM-FI (injeção eletrônica de combustível multi point). Porém, a grande novidade neste modelo 2009 é a adoção do sistema de freios ABS (Anti-Lock Brake System). Com tanta tecnologia embarcada, parece que a CBzona está mais na mão que nunca.

Desenvolvido para oferecer o máximo de segurança, o ABS reduz a possibilidade de travamento das rodas. Na prática, utilizado em situações extremas, o sistema de freios ABS transmite a sensação que a roda está “quadrada”, diminuindo gradativamente a velocidade, sem que o pneu trave ou perca o contato com o solo.

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Na CB 1300, o ABS trabalha de forma independente. Pode ser acionado só na roda dianteira, só na traseira ou combinado, se o piloto acionar o manete e o pedal de freio ao mesmo tempo, diminuindo, assim, o tempo e o espaço da frenagem.

Neste modelo não há o sistema CBS (Combined Brake System), que aciona uma das pinças do freio dianteiro quando o motociclista pisa firmemente no freio traseiro. O CBS-ABS da Honda está disponível na CB 600F Hornet 2009.

Para colaborar com a nobre missão de parar a moto, na dianteira há duplo disco flutuante com 310 mm de diâmetro e cáliper de quatro pistões. Já a traseira conta com disco simples com 256 mm de diâmetro e cáliper de pistão simples. Conjunto por si só muito eficiente. Ambos merecem destaque, pois o dianteiro “morde” com vontade os dois discos; já o traseiro cumpre muito bem o seu papel.

Motor quente

Apresentada durante o Salão Internacional do Automóvel de 2006, a CB 1300 Super Four só começou a ser comercializada no país em junho de 2007. A moto está equipada com motor de quatro cilindros em linha, DOHC (Double Over Head Camshaft), de 1.284 cm³, capaz de gerar 111 cv de potência máxima a 7.750 rpm e torque máximo de 11,6 kgf.m a 6.000 rpm. Traduzindo: o propulsor trabalha de forma linear, despejando gradativamente a potência.

A CB 1300 2009 ganhou dois novos catalisadores e com isso perdeu pouco mais de 4 cv de potência. Na versão anterior, a moto gerava 115,6 cv a 7.500 rpm de potência e torque de 11,9 kgf.m a 6.000 rpm. Com isso, a CBzona está plenamente de acordo com o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot 3).

Apesar da concepção de quatro cilindros em linha, a CB esbanja torque desde os baixos giros. É possível sair de uma lombada a 30 Km/h em quinta marcha sem a moto “engasgar”. Mas se o motociclista precisar de um comportamento mais esportivo, basta reduzir a marcha e girar o acelerador. Assim a CB oferece respostas rápidas e precisas, graças ao sistema de injeção de combustível.

O ponteiro da velocidade sobe rápido, tão rápido quanto a adrenalina correndo em minhas veias. A moto chega facilmente aos 160 Km/h, sempre muito estável e confortável. Sua velocidade máxima ultrapassa os 220 quilômetros por hora. Há quem ache pouco, mas vale lembrar que se trata de uma naked, moto em que o piloto fica exposto ao vento.

Em seu habitat natural, a estrada, o consumo médio gira em torno de 16 Km/l. O tanque de combustível tem capacidade para 21 litros de combustível (4,5 litros de reserva).

Pilotar a CB 1300 Super Four é uma tarefa tão agradável que surpreende devido ao seu tamanho (2,220 m). Seu porte musculoso esconde uma moto extremamente fácil e dócil de ser pilotada — desde que o acelerador não seja acionado com vontade – por horas seguidas. O único inconveniente nessas condições é o calor propagado pelo motor. Chega a incomodar. Porém, esta pode ser considerada uma característica desta moto, basta ver o tamanho do bloco do propulsor.

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Ciclística e visual

Na dianteira, a CB 1300 conta com suspensão telescópica com garfos convencionais de 43 mm e curso de 120 mm na dianteira. Já na traseira, balança de alumínio de 116 mm de curso. Detalhe: a moto conta ainda sistema de duplo amortecedor com reservatório a gás e cinco níveis de ajuste da compressão da mola (Shock Unit). Um fiel aliado para que roda com garupa ou bagagem. A CB 1300 foi montada sobre um chassi fabricado em aço tubular de berço duplo resistente a torções.

Além das suspensões, o guidão é ajustável (20 mm) para frente ou para trás. Assim, o piloto pode obter uma melhor postura. Para aumentar o nível de conforto, a CBzona conta com assento em dois níveis. Sob o banco, há um pequeno compartimento que permite guardar, por exemplo, capa de chuva e luvas.

O visual da CBzona é impactante. Tudo é grande nela: motor, escapamento, banco, lanterna traseira (em LEDs), pneus… As rodas de liga leve de cinco pontas estão calçadas com pneus radiais (120/70 na dianteira e 180/55 na traseira), que garantem maior aderência e segurança.

O escapamento em aço inox (4 x 2 x 1) conta com saída lateral. A rabeta lembra a utilizada na CB 450 TR, da década de 1990. Como acessórios originais, a Honda oferece pára-brisa esportivo e bagageiro com encosto.

Ficha Técnica

Motor: 1.284 cm3, DOHC, 4 tempos, 4 cilindros, 4 válvulas por cilindro, arrefecimento a líquido
Potência máxima: 111 cv a 7.750 rpm
Torque máximo: 11,6 kgf.m a 6.000 rpm
Diâmetro x curso: 78º x 67,2 mm
Alimentação: Injeção Eletrônica PGM-FI
Relação de compressão: 9,6:1
Sistema de ignição: CDI
Bateria: 12V – 12 Ah (10 horas)
Farol: 60/ 55W
Sistema de partida: Elétrica
Capacidade do tanque: 21 litros (4,5 litros de reserva)
Transmissão: 5 velocidades
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Garfos telescópicos, 43 mm de diâmetro e curso de 120 mm
Suspensão traseira: Balança de alumínio com 116 mm de curso e dois amortecedores com reservatório de gás ajustáveis na compressão e no retorno, e ajuste da pré-carga da mola.
Freio dianteiro: Duplo disco flutuante de 310 mm, com cáliper de quatro pistões.
Freio traseiro: Disco simples de 256 mm, de cáliper de pistão simples.
Pneu dianteiro: 120/70 – ZR17 M/C
Pneu traseiro: 180/55 – ZR17 M/C
Altura do assento: 790 mm
Altura mínima do solo: 135 mm
Chassi: Aço tubular de berço duplo
Dimensões (c x l x a): 2.220 mmx 790 mm x 1.120 mm
Entre-eixos: 1.515 mm
Peso seco: 237 kg (Standard)
242 kg (ABS)
Cores: Preta e prata
Preço: R$ 47.000,00

Fotos: Renato Durães.

Fonte: Agência Infomoto

 

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