Carros Coreanos, mais baratos e melhores, como explicar?


12 de dezembro de 2009|Sem Comentários

Kia Soul - produção mundial em apenas uma fábrica ajuda a explicar o preço mais em conta

Entrando no site da Auto esporte – me deparei com a questão proposta por eles: Como um carro Coreano pode ser mais barato que um brasileiro? Na prática nào existe uma única resposta, mas são várias, como no texto abaixo.

Eles vêm do outro lado do mundo e são taxados em até 35% antes mesmo de chegar ao Brasil. Frete e Imposto de Importação são dois custos que, somados, roubam a competitividade de todo importado à venda no país. De todo? Bem, retire dessa lista os coreanos. Pegue os  valores cobrados por Hyundai e Kia e compare com os valores de seus rivais nacionais, ou mesmo dos argentinos e mexicanos, isentos de imposto. A diferença é mínima, e em muitos casos a favor dos coreanos. Quando a esmola é demais o santo desconfia, inclusive vários rivais que enxergam “compra de mercado” na ação. Qual é o milagre? Com frete e imposto extra, como se explicam preços tão atraentes?

São vários fatores que produzem esse fenômeno”, afirma Ayrton Fontes, consultor de varejo da MSantos. O primeiro está na moeda local, o won, que de acordo com o índice da revista britânica The Economist está 32% desvalorizado em relação ao dólar. A equação prossegue. Segundo Fontes, pesquisas de agências internacionais apontam que as fabricantes coreanas têm margem de lucro reduzida, superior apenas à das chinesas. “Evidentemente que é menor”, diz Ary Jorge Ribeiro, diretor de vendas da Kia do Brasil, sobre a margem de lucro. Ribeiro, porém, não revela o porcentual. “São margens mais justas, eu diria, e necessárias para a entrada em novos mercados”, explica. Sobre a lucratividade das concessionárias, Ribeiro afirma que elas “trabalham com índices iguais aos da concorrência”.

“Ninguém perde dinheiro, isso é fato”, diz Paulo Roberto Garbossa, consultor automotivo da ADK. “Esse negócio de compra de mercado é muito relativo. O dumping é proibido e caso estivesse acontecendo as autoridades brasileiras já teriam autuado”, diz. Fontes concorda que não há dumping, mas afirma que há ajuda legal do governo coreano. “O governo de lá incentiva a exportação de veículos com renúncia fiscal e com linhas de crédito a juros menores.” Alexandre Cruz, da LM Consultoria, exemplifica: “Um carro que custa US$ 20 mil na Coreia é exportado por US$ 16 mil ou US$ 17 mil com essa ajuda estatal”. Ary Jorge Ribeiro, da Kia, recorda ainda outro fator: o volume de importação. “Hoje o Brasil está entre os três maiores importadores da Kia, com 25 mil unidades ano, ou seja, com essa soma garantimos mais poder na hora de negociar com a matriz.”

Ok, mas não é só isso, fatores como ganhos expressivos de outros fabricantes também contam na minha opinião. Quando todo mundo ganha os tufos e você diminui sua margem, mesmo assim seu ganho ainda é maior.

Centralizar produção e globalizar veículos é outro ingrediente da receita coreana de preço baixo. “O Soul, por exemplo, é feito em apenas uma fábrica na Coreia e exportado para os cinco continentes”, explica Ribeiro. “Assim temos escala e redução de custos.” Garbossa destaca que por não contar com estrutura grande como as fabricantes locais, as coreanas não têm os mesmos custos de pessoal, fábrica, logística e estocagem. “Nesse caso, ser pequeno é uma vantagem. E essa vantagem está sendo repassada ao consumidor.”

Talvez o que falte ao nosso governo seria deixar de praticar o paradoxo da parcimônia que diz que quanto mais se cobra de impostos, menos se geram em impostos… fica aqui uma lição ensinada nas faculdades, mas esqueci que o Lula não frequentou estas aulas…vamos ter que continuar a pagar mais por menos, infelizmente…

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